segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Saudade e Esperança

Nunca demais referir-se ao imperativo da conformação e da serenidade que se deve manter na terra, em apoio daqueles que te precederam no fenômeno da morte.
Entendemos quanto doi o adeus entre aqueles que as dimensões vibratórias separam entre campos diferentes da vida
Entretanto, se te encontas entre os que lastimam a perda de seres queridos, compadece-te deles, auxiliando-lhes a sustentação com a tua própria fé.
O pensamento é mensagem com endereço.
E a tua saudade, quando entretecida de angústia e pranto, é uma projeção de sombra e sofrimento que lhes arremessa em rosto, conturbando-lhes os corações ou obscurecendo-lhes os caminhos.
Sobretudo, não te revoltes contra a Divina Providência como se estivesses provocando a perpetuidade de tua dor.
A desencarnação sem complexos de culpa é o melhor que pode acontecer a todos aqueles que partem no rumo de vivências novas na Vida Espiritual.
Esse companheiro deixou o corpo, depois de perigoso acidente circulatório para não ser algemado à paralisia por longos meses.
Aquele se desvencilhou do envoltório material, no curso de grave enfermidade, forrando-se à provação de contrair perturbações mentais irreversíveis. Outro liberou-se da experiência humana, no instante áureo da juventude por haver encerrado o ciclo de resgates determinados, de modo a promover-se nas esferas de elevação. E outros ainda se desvinculam da veste física, ante o alvorecer da existência, na condição de crianças que, por força do próprio passado, nos princípios de causa e efeito, terminam processos de luta reparadora em que se achavam incursos, muitas vezes conduzidos, de um plano para outro, a fim de trocarem um corpo doente por outro mais habilitado à execução das tarefas evolutivas que lhes cabe sustentar.
Diante dos chamados mortos a quem tanto amas, não lhes agraves os problemas com as flechas vibratórias do sofrimento, marcado a fogo de inconformidade ou rebeldia.
Padecendo embora o vazio na própria alma, ilumina a saudade com as preces da esperança e envia-lhes reconforto e encorajamento, amparo e consolação.
Ora pela paz de quantos se te adiantaram na transferência para a Vida Maior e entraga-se a Deus, na certeza de que Deus, em nos criando para o amor uns pelos outros, jamais nos separaria os corações para sempre.


Emmanuel
Recebida por Francisco Cândido Xavier
29.08.75 - Uberaba - MG

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Pontos Cegos


É através do olhar que fazemos uma leitura de tudo que nos cerca: ambiente, pessoas e sensações. Mas eis uma verdade: nunca teremos nenhuma certeza. Nenhum conceito se esgotará em suas conclusões, por mais preciso e imparcial que você seja.


Vemos o mundo ao nosso redor através de muitos sentidos.
Vemos o mundo também através do olhar.
Todo olhar, porém, tem um ponto cego.


Um dado científico: o ponto cego é uma pequena região da retina por onde passam vasos sanguíneos e onde os neurônios formam o nervo óptico e, por isso, há ausência de fotorreceptores. Logo, não é possível capturar imagens. Situação boa de ilustrar este conceito é quando você olha pelo retrovisor do carro e não há carros próximos. Ao dar seta, você ouve uma buzina e, instantaneamente, há um carro quase ‘em cima’ do seu. Não é que ele não estava lá. Foi você que não o viu.


Um dado comportamental: há comportamentos que não percebemos.


Uma conclusão inicial: não sabemos do outro.


De certa forma, capturamos mensagens diversas do ambiente, no intuito de promover o conhecimento e a atuação de forma assertiva. Fazemos isso ao conhecer pessoas e nos aproximarmos para uma amizade ou um relacionamento afetivo. Fazemos também para crescer profissionalmente e propor soluções que permitam a evolução dos processos e o autoaprendizado. Mas quem disse que é fácil?


Preciso me conformar. Admito que me frustre em decorrência da nossa incapacidade de controlar o ambiente. A gente aprende que não é assim, que este é um poder limitado a Deus apenas, porém quem nunca se arrependeu por confiar demais em alguém e se decepcionou (julgando conhecer o suficiente), quem nunca tomou uma decisão profissional e se deu mal, quem nunca previu acontecimentos de experiências semelhantes e, no final, teve uma grande surpresa com algo que não esperava?


Mas eu penso que temos um conhecimento vivo – uns mais, outros menos. O ser humano está em constante busca e absorve a cada dia para torna-se melhor, entretanto tal conhecimento não valida ações que remetem ao outro. Esta permissão é tão sedutora quanto arriscada. Essas situações reforçam que, além de gerarmos uma carga extrema de expectativas sob o outro, todas elas são ilusórias, porque antes de tudo, não sabemos deste outro, portanto, expectativas apenas esperam, mas não acontecem. Foi assim que eu entendi o sábio dito popular: se conselho fosse bom, não se dava. Vendia!


Há uma parte do mundo no qual somos completamente cegos. Todo olhar tem um ponto cego e, sendo bastante otimista talvez esta condição exista para que alguns momentos de felicidade não sejam ‘estragados’. Mesmo que a realidade chegue posteriormente, houve tempo para celebrações.


Quando comecei a pensar nesta relação entre o ponto cego e a leitura que fazemos do mundo para captá-lo, pensei numa coisa óbvia que é a multiplicidade dos sentidos utilizados para o mesmo fim. Assim como a visão, contamos também com o paladar, a audição, o olfato e o tato. Porém, nenhum desses, respalda tanto a visão, quanto a intuição.


Relação paradoxal é esta entre a intuição e a visão. Enquanto a primeira é mais confiável, é a segunda a mais utilizada talvez porque seja mais confortável o conjunto olhar, observar e inferir. Embora mais confortável, não acredito que um sentido deva se destituir do outro para ser bom o suficiente.

Ademais, uma boa dose de desconfiança para acompanhar. Confiar é bom. Ser confiável então é transmitir muita segurança ao outro, mas é um conforto caro. Ninguém é 100% confiável. Pode me chamar de pessimista. I don’t care. Só acho que soa utópico e inocente.

Eu tenho defeitos (e não são poucos), mas o meu projeto de vida não se baseia na perfeição e sim na lucidez de poder enxergar os erros, me redimir e aprender, estabelecendo a linha fronteiriça entre o impacto que isso causa em mim, no outro e no ambiente. Meu compromisso com a lucidez é apenas este. O restante pode ser bem torto, anormal, fora do comum e do esperado.


A gente não nasceu para parecer previsível. Loucura está em querer o controle e a previsibilidade. Se eu estou ajudando a manter o ponto cego do outro, eu não sei. Mas apesar de arriscado, o imprevisível faz da gente, pessoas mais interessantes.


Ju Braga

Receita de Dona Cacilda


Dona Cacilda é uma senhora de 92 anos, miúda, e tão elegante, que todo dia às 08 da manhã ela já está toda vestida, bem penteada e discretamente maquiada, apesar de sua pouca visão. E hoje ela se mudou para uma casa de repouso: o marido, com quem ela viveu 70 anos, morreu recentemente, e não havia outra solução.


Depois de esperar pacientemente por duas horas na sala de visitas, ela ainda deu um lindo sorriso quando a atendente veio dizer que seu quarto estava pronto. Enquanto ela manobrava o andador em direção ao elevador, dei uma descrição do seu minúsculo quartinho, inclusive das cortinas floridas que enfeitavam a janela.Ela me interrompeu com o entusiasmo de uma garotinha que acabou de ganhar um filhote de cachorrinho.


- Ah, eu adoro essas cortinas...

- Dona Cacilda, a senhora ainda nem viu seu quarto... Espera um pouco...

- Isto não tem nada a ver, ela respondeu, felicidade é algo que você decide por princípio. Se eu vou gostar ou não do meu quarto, não depende de como a mobília vai estar arrumada... Vai depender de como eu preparo minha expectativa.E eu já decidi que vou adorar. É uma decisão que tomo todo dia quando acordo. Sabe, eu posso passar o dia inteiro na cama, contando as dificuldades que tenho em certas partes do meu corpo que não funcionam bem...Ou posso levantar da cama agradecendo pelas outras partes que ainda me obedecem.

- Simples assim? - Nem tanto; isto é para quem tem autocontrole e exigiu de mim um certo 'treino' pelos anos a fora, mas é bom saber que ainda posso dirigir meus pensamentos e escolher, em consequência, os sentimentos.


Calmamente ela continuou:

- Cada dia é um presente, e enquanto meus olhos se abrirem, vou focalizar o novo dia, mas também as lembranças alegres que eu guardei para esta época da vida.. A velhice é como uma conta bancária: você só retira aquilo que guardou. Então, meu conselho para você é depositar um monte de alegrias e felicidades na sua Conta de Lembranças. E, aliás, obrigada por este seu depósito no meu Banco de Lembranças.


Como você vê, eu ainda continuo depositando e acredito que, por mais complexa que seja a vida, sábio é quem a simplifica.Depois me pediu para anotar:


COMO MANTER-SE JOVEM


1. Deixe fora os números que não são essenciais. Isto inclui a idade,o peso e a altura. Deixe que os médicos se preocupem com isso..

2. Mantenha só os amigos divertidos. Os depressivos puxam para baixo. (Lembre-se disto se for um desses depressivos!)

3. Aprenda sempre: Aprenda mais sobre computadores, artes, jardinagem, o que quer que seja. Não deixe que o cérebro se torne preguiçoso. 'Uma mente preguiçosa é oficina do Alemão.' E o nome do Alemão é Alzheimer!

4. Aprecie mais as pequenas coisas.

5. Ria muitas vezes, durante muito tempo e alto. Ria até lhe faltar o ar. E se tiver um amigo que o faça rir, passe muito e muito tempo com ele ou ela!

6. Quando as lágrimas aparecerem, aguente, sofra e ultrapasse. A única pessoa que fica conosco toda a nossa vida somos nós próprios. VIVA enquanto estiver vivo.

7. Rodeie-se das coisas que ama: Quer seja a família, animais, plantas, hobbies, o que quer que seja. O seu lar é o seu refúgio.

8. Tome cuidado com a sua saúde:Se é boa, mantenha-a. Se é instável, melhore-a. Se não consegue melhorá-la , procure ajuda.

9. Não faça viagens de culpa. Faça uma viagem ao centro comercial, até a um país diferente, mas NÃO para onde haja culpa.

10. Diga às pessoas que ama que as ama a cada oportunidade.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Nova semana começando


Segunda-feira e a semana já começando a todo vapor. O dia está passando voando e acredito que será a semana toda assim. Tem mudança, compromissos, aniversário do Gui, metas a serem cumpridas... Ufa, quero ver como será. No sábado provavelmente estarei sentada no chão, encostada em uma grande caixa de papelão e pensando que a bagunça está só começando... rs.


Esse fds eu descansei e também fiz coisas importantes. À noite fui na casa das minhas tias e o namorado da minha prima gravou a segunda e a terceira temporada de Grey's Anatomy, meu seriado favorito. Obaaa, ontem já fui dormir quase 2h da manhã, assistindo aos episódios... que delícia, não dá vontade de parar. Mas assim é bom, ando precisando desligar os motores um pouco, a pressão em casa está enorme e eu tenho que tirar energia da cartola para segurar as pontas. Tenho passado fds maravilhosos com o meu namorado e isso tem sido renovador.


Estou sentindo falta das corridas. Nestes dias de chuva eu estou só na musculação e esteira, nem pensar... me dá tédio!!! Meu Ipod está cheio de músicas novas, espero poder visitar o asfalto logo mais... hehehe. Atualmente tenho ouvido Madonna, Sara Bareilles, Sister Hazel (muito bom), Jason Mraz, até The Corrs, que recebi recentemente após um empréstimo looongo... Queria ter tempo hábil para ler, mas não dá. Daqui uns dias meu quarto será apenas caixas e mais caixas... Vamos logo, pois eu não aguento mais esperar.


Lembrei de um texto legalzinho que recebi e ele traz uma boa reflexão:


O relógio está correndo. Faça o melhor para o seu dia a dia.

Para você perceber o valor de UM ANO, pergunte a um estudante que repetiu de ano.

Para você perceber o valor de UM MÊS, pergunte para uma mãe que teve o seu bebê prematuramente.

Para você perceber o valor de UMA SEMANA, pergunte a um editor de uma revista semanal.

Para você perceber o valor de UMA HORA, pergunte aos apaixonados que estão esperando para se encontrar.

Para você perceber o valor de UM MINUTO, pergunte a uma pessoa que perdeu um trem.

Para você perceber o valor de UM SEGUNDO, pergunte a uma pessoa que venceu a medalha de prata em uma Olimpíada.


Valorize cada momento que você tem! E valorize mais porque você deve dividir com alguém especial, especial suficiente para gastar seu tempo junto com você.


Ju Braga

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Vende-se tudo

Em fase de mudança, encontrei um texto propício... sempre bom se sentir acolhido.
Juju


No mural do colégio da minha filha encontrei um cartaz escrito por uma mãe, avisando que estava vendendo tudo o que ela tinha em casa, pois a família voltaria a morar nos Estados Unidos. O cartaz dava o endereço do bazar e o horário de atendimento. Uma outra mãe, ao meu lado, comentou:
- Que coisa triste ter que vender tudo que se tem.- Não é não, respondi, já passei por isso e é uma lição de vida.
Morei uma época no Chile e, na hora de voltar ao Brasil, trouxe comigo apenas umas poucas gravuras, uns livros e uns tapetes. O resto vendi tudo, e por tudo entenda-se: fogão, camas, louça, liquidificador, sala de jantar, aparelho de som, tudo o que compõe uma casa. Como eu não conhecia muita gente na cidade, meu marido anunciou o bazar no seu local de trabalho eesperamos sentados que alguém aparecesse. Sentados no chão. O sofá foi o primeiro que se foi. Às vezes o interfone tocava às 11 da noite e era alguém que tinha ouvido comentar que ali estava se vendendo uma estante.Eu convidava pra subir e em dez minutos negociávamos um belo desconto. Além disso, eu sempre dava um abridor de vinho ou um saleiro de brinde, e lá se iam meus móveis e minhas bugigangas. Um troço maluco: estranhos entravam na minha casa e desfalcavam o meu lar, que a cada dia ficava mais nu, mais sem alma.No penúltimo dia, ficamos só com o colchão no chão, a geladeira e a tevê. No último, só com o colchão, que o zelador comprou e, compreensivo, topou esperar a gente ir embora antes de buscar. Ganhou de brinde os travesseiros.Guardo esses últimos dias no Chile como o momento da minha vida em que aprendi a irrelevância de quase tudo o que é material. Nunca mais me apeguei a nada que não tivesse valor afetivo. Deixei de lado o zelo excessivo por coisas que foram feitas apenas para se usar, e não para se amar.Hoje me desfaço com facilidade de objetos, enquanto que torna-se cada vez mais difícil me afastar de pessoas que são ou foram importantes, não importa o tempo que estiveram presentes na minha vida.Desejo para essa mulher que está vendendo suas coisas para voltar aos Estados Unidos a mesma emoção que tive na minha última noite no Chile. Dormimos no mesmo colchão, eu, meu marido e minha filha, que na época tinha 2 anos de idade. As roupas já estavam guardadas nas malas. Fazia muito frio. Ao acordarmos, uma vizinha simpática nos ofereceu o café da manhã, já que não tínhamos nem uma xícara em casa.Fomos embora carregando apenas o que havíamos vivido, levando as emoções todas: nenhuma recordação foi vendida ou entregue como brinde. Não pagamos excesso de bagagem e chegamos aqui com outro tipo de leveza.Só possuímos na vida o que dela pudermos levar ao partir, é melhor refletir e começar a trabalhar o desapego já

domingo, 26 de julho de 2009

Laughing With - Regina Spektor

Uma música muito gostosa de ouvir, como todas dela. Esta é do novo álbum Far.

http://www.youtube.com/watch?v=5cbancAd600

Beijos, Ju

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Cuide dos seus...

Dizem que passado o terremoto de Lisboa (1755),
o rei perguntou ao general o que se havia de fazer.
Ele respondeu ao Rei:
‘Sepultar os mortos, cuidar dos vivos e fechar os portos’.

Essa resposta simples, franca e direta tem muito a nos ensinar.
Muitas vezes temos em nossa vida ‘terremotos’ avassaladores,
o que fazer?
Exatamente o que disse o general:
‘Sepultar os mortos, cuidar dos vivos e fechar os portos’.
E o que isso quer dizer para a nossa vida?

Sepultar os mortos significa que não adianta ficar
reclamando e chorando o passado.
É preciso ’sepultar’ o passado. Colocá-lo debaixo da terra.
Isso significa ‘esquecer’ o passado.

Cuidar dos vivos significa que, depois de enterrar o passado,
em seguida temos que cuidar do presente.

Cuidar do que ficou vivo.
Cuidar do que sobrou.
Cuidar do que realmente existe.
Fazer o que tiver que ser feito para salvar o que restou do terremoto.

Fechar os portos significa não deixar as ‘portas’ abertas
para que novos problemas possam surgir
ou ‘vir de fora’ enquanto estamos cuidando e salvando

o que restou do terremoto de nossa vida.
Significa concentrar-se na reconstrução, no novo.

É assim que a história nos ensina.
Por isso a história é ‘a mestra da vida’.
Portanto, quando você enfrentar um terremoto, não se esqueça:
‘Enterre os mortos, cuide dos vivos e feche os portos.’