sexta-feira, 31 de julho de 2009

Vende-se tudo

Em fase de mudança, encontrei um texto propício... sempre bom se sentir acolhido.
Juju


No mural do colégio da minha filha encontrei um cartaz escrito por uma mãe, avisando que estava vendendo tudo o que ela tinha em casa, pois a família voltaria a morar nos Estados Unidos. O cartaz dava o endereço do bazar e o horário de atendimento. Uma outra mãe, ao meu lado, comentou:
- Que coisa triste ter que vender tudo que se tem.- Não é não, respondi, já passei por isso e é uma lição de vida.
Morei uma época no Chile e, na hora de voltar ao Brasil, trouxe comigo apenas umas poucas gravuras, uns livros e uns tapetes. O resto vendi tudo, e por tudo entenda-se: fogão, camas, louça, liquidificador, sala de jantar, aparelho de som, tudo o que compõe uma casa. Como eu não conhecia muita gente na cidade, meu marido anunciou o bazar no seu local de trabalho eesperamos sentados que alguém aparecesse. Sentados no chão. O sofá foi o primeiro que se foi. Às vezes o interfone tocava às 11 da noite e era alguém que tinha ouvido comentar que ali estava se vendendo uma estante.Eu convidava pra subir e em dez minutos negociávamos um belo desconto. Além disso, eu sempre dava um abridor de vinho ou um saleiro de brinde, e lá se iam meus móveis e minhas bugigangas. Um troço maluco: estranhos entravam na minha casa e desfalcavam o meu lar, que a cada dia ficava mais nu, mais sem alma.No penúltimo dia, ficamos só com o colchão no chão, a geladeira e a tevê. No último, só com o colchão, que o zelador comprou e, compreensivo, topou esperar a gente ir embora antes de buscar. Ganhou de brinde os travesseiros.Guardo esses últimos dias no Chile como o momento da minha vida em que aprendi a irrelevância de quase tudo o que é material. Nunca mais me apeguei a nada que não tivesse valor afetivo. Deixei de lado o zelo excessivo por coisas que foram feitas apenas para se usar, e não para se amar.Hoje me desfaço com facilidade de objetos, enquanto que torna-se cada vez mais difícil me afastar de pessoas que são ou foram importantes, não importa o tempo que estiveram presentes na minha vida.Desejo para essa mulher que está vendendo suas coisas para voltar aos Estados Unidos a mesma emoção que tive na minha última noite no Chile. Dormimos no mesmo colchão, eu, meu marido e minha filha, que na época tinha 2 anos de idade. As roupas já estavam guardadas nas malas. Fazia muito frio. Ao acordarmos, uma vizinha simpática nos ofereceu o café da manhã, já que não tínhamos nem uma xícara em casa.Fomos embora carregando apenas o que havíamos vivido, levando as emoções todas: nenhuma recordação foi vendida ou entregue como brinde. Não pagamos excesso de bagagem e chegamos aqui com outro tipo de leveza.Só possuímos na vida o que dela pudermos levar ao partir, é melhor refletir e começar a trabalhar o desapego já

domingo, 26 de julho de 2009

Laughing With - Regina Spektor

Uma música muito gostosa de ouvir, como todas dela. Esta é do novo álbum Far.

http://www.youtube.com/watch?v=5cbancAd600

Beijos, Ju

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Cuide dos seus...

Dizem que passado o terremoto de Lisboa (1755),
o rei perguntou ao general o que se havia de fazer.
Ele respondeu ao Rei:
‘Sepultar os mortos, cuidar dos vivos e fechar os portos’.

Essa resposta simples, franca e direta tem muito a nos ensinar.
Muitas vezes temos em nossa vida ‘terremotos’ avassaladores,
o que fazer?
Exatamente o que disse o general:
‘Sepultar os mortos, cuidar dos vivos e fechar os portos’.
E o que isso quer dizer para a nossa vida?

Sepultar os mortos significa que não adianta ficar
reclamando e chorando o passado.
É preciso ’sepultar’ o passado. Colocá-lo debaixo da terra.
Isso significa ‘esquecer’ o passado.

Cuidar dos vivos significa que, depois de enterrar o passado,
em seguida temos que cuidar do presente.

Cuidar do que ficou vivo.
Cuidar do que sobrou.
Cuidar do que realmente existe.
Fazer o que tiver que ser feito para salvar o que restou do terremoto.

Fechar os portos significa não deixar as ‘portas’ abertas
para que novos problemas possam surgir
ou ‘vir de fora’ enquanto estamos cuidando e salvando

o que restou do terremoto de nossa vida.
Significa concentrar-se na reconstrução, no novo.

É assim que a história nos ensina.
Por isso a história é ‘a mestra da vida’.
Portanto, quando você enfrentar um terremoto, não se esqueça:
‘Enterre os mortos, cuide dos vivos e feche os portos.’